CD´s fora das caixas I
Eis um dos graves problemas do melómano. Sou especialista antigo no assunto. Levo ao desespero qualquer empregada doméstica que se disponha a fazer uma arrumação às músicas. Neste momento, a coisa está um caos (desculpe Dona Arlete). Tenho feito um pouco como o homem que vai ditando a desordenada programação da RTP-Memória: ele vai tirando as bobines ao acaso do arquivo. Eu vou tirando os CD´s ao calhas da estante. Espero que o senhor ao menos volte a arrumar o Zé Gato no sítio. Eu não. Faço um ligeiríssimo esforço para encontrar a caixa, mas se não a vislumbro num relance deixo o CD em cima da papelada. Do Expresso ou do Destak. Assim. Abandonado. Vítima de todos os pós (à excepção desse em que estão a pensar) e da minha sinusite. Mesma a mais prima das obras. O artista pode ser um bom artista, pode chamar-se Ian Curtis ou Mark Eitzel, pode até ser uma moçoila, uma Rickie Lee Jones ou uma Ursula Rucker, ou um tio belga chamado Wim, que fica ali ao frio. Durante dias. Se calhar meses. Num silêncio resignado de quem sabe que é bem capaz de nunca voltar a encontrar a sua casa - se é que esta já não foi ocupada por estranhos. Triste vida a do CD. NCS
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home