Forever Young
Um tipo moderno manda vir discos e livros da Amazon (ou melhor, de sites ingleses e americanos que ninguém conhece). Um tipo moderno vai fazer compras à Fnac ao fim da tarde de um dia de semana. Um tipo moderno não vai ao Corte Inglés num sábado (à hora de almoço) comprar discos. Eu não sou um tipo moderno. O que é que trouxe? Saldos: “Ragged Old Flag”, de Johnny Cash, “Lester Young 1936-1943”, “The Last Broadcast”, dos Doves e “Harvest Moon”, de Neil Young. Um disco que já devia ter comprador há mais tempo: “Hats”, dos Blue Nile (que me satisfaz o apetite enquanto não me chega o último); e “Motorcade of Generosity”, dos Cake, seguindo uma sugestão do Diogo. Já passei os ouvidos por quase todas as compras de fim-de-semana. Mas há uma que teima em anichar-se nas entranhas da aparelhagem. Nesta noite de domingo, já a ouvi para aí umas cinco vezes. “Harvest Moon”, de 92, é um Neil Young apaziguado. Canções sobre o amor, a beleza e os amigos, cantadas por aquele trovador com uma voz sublimemente frágil. O melhor está, parece-me, no tema que dá título ao álbum e em “Dreamin’ Man” (amanhã, se calhar estará em "You and Me" e "One of These Days"). Já o tinha percebido e confirmei-o: é necessário ouvir Neil Young para entender melhor, por exemplo, os My Morning Jacket, de Jim James (uma das grandes surpresas dos últimos anos, sobretudo quando não se metem em rockalhadas estéreis). Nunca pensei dizer isto, mas há alturas em que um homem deve assumir as suas responsabilidades: os sacanas dos Alphaville tinham mesmo razão. NCS
1 Comments:
Posso deixar a recomendação também do Unplugged do Neil Young? De todos eles foi o único com um espírito perfeito (na minha opinião). Claro que ajudou ter sido feito pouco depois do Harvest Moon.
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