The book of love is long and boring
E o concerto de ontem, não tendo sido longo, roçou, por vezes, o maçador. Faltou punch e faltaram os sintetizadores. O minimalismo acústico tem de ter mais alma, caso contrário torna-se entediante. Os Magnetic Fields da Aula Magna estão uns bons furos abaixo dos melhores Magnetic Fields (CCB, há uns anos), e os melhores Magnetic Fields ainda não alcançaram um estatuto que lhes permita actuações preguiçosas e baixinhas.
Mas não foi tempo perdido. Dificilmente seria. Se as interpretações demasiado lentas e pachorrentas deram cabo de algumas canções, outras houve que, por serem perfeitas, sobreviveram de forma deslumbrante: All my Little Words, Reno Dakota, Papa was a Rodeo , são demasiado boas para se deixar abater por uma qualquer investida mais blasé. Depois, um concerto de Magnetic Fields – um quarteto de câmara capaz de desdobrar-se em trio, duo ou até solo, sustentado pelo génio compositor e letrista de Stephin Merritt - permite várias leituras: se o vocalista está em noite não, cheio de sono e a comer as palavras, pode sempre fixar-se o ouvido no violoncelo de Sam Davol ou nas guitarras de John Woo que, por baixo da voz e do piano, constroem uma outra música, complementar daquela, mas capaz de autonomamente se afirmar (a versão de I Don't Really Love You Anymore – fraca à superfície e enorme na melodia de fundo saída do banjo de Woo - foi disso um bom exemplo).
Ao contrário daquilo que se esperava, não foi o melhor concerto do ano. Mas o público bateu muitas e entusiasmadas palmas, o que me leva a pensar que até poderá ter sido o melhor concerto do ano. Pelo menos para alguns.
ENP
Mas não foi tempo perdido. Dificilmente seria. Se as interpretações demasiado lentas e pachorrentas deram cabo de algumas canções, outras houve que, por serem perfeitas, sobreviveram de forma deslumbrante: All my Little Words, Reno Dakota, Papa was a Rodeo , são demasiado boas para se deixar abater por uma qualquer investida mais blasé. Depois, um concerto de Magnetic Fields – um quarteto de câmara capaz de desdobrar-se em trio, duo ou até solo, sustentado pelo génio compositor e letrista de Stephin Merritt - permite várias leituras: se o vocalista está em noite não, cheio de sono e a comer as palavras, pode sempre fixar-se o ouvido no violoncelo de Sam Davol ou nas guitarras de John Woo que, por baixo da voz e do piano, constroem uma outra música, complementar daquela, mas capaz de autonomamente se afirmar (a versão de I Don't Really Love You Anymore – fraca à superfície e enorme na melodia de fundo saída do banjo de Woo - foi disso um bom exemplo).
Ao contrário daquilo que se esperava, não foi o melhor concerto do ano. Mas o público bateu muitas e entusiasmadas palmas, o que me leva a pensar que até poderá ter sido o melhor concerto do ano. Pelo menos para alguns.
ENP
1 Comments:
e faltou, acima de tudo, uma guitarra eléctrica! abraço PAS
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