quarta-feira, fevereiro 09, 2005

The biggest, loudest, hairiest group of all



Há já uns tempos que tinha deixado de procurar o disco. Quando saiu, há dois anos, fi-lo por diversas vezes. Em vão. Mas, agora, numa incursão a uma discoteca, sem objectivo previamente definido, no meio de um monte de promoções dos quais desconfio sempre, eis que me veio parar às mãos. O disco é o Le Bataclan ’72. Um concerto com um som sofrível do Lou Reed, John Cale e da Nico em Paris, 1972. Um concerto improvável. Improvável porque os Velvet já eram e, depois e antes das zangas, já não fazia sentido aquele encontro único. Improvável porque é em formato unplugged quando ainda ninguém se tinha lembrado de convencer a MTV a usá-lo e improvável porque ainda ninguém andava a fazer o que os Velvet tinham feito meia-dúzia de anos antes. Improvável porque o Lou Reed fala entre as músicas, com um incaracterístico humor (Berlin é apresentado como sendo a sua Barbara Streisand song). Mas, depois está lá tudo o que é provável. Algumas dos Velvet e já muitas das que os três fariam daí para a frente, a sós. Depois, mesmo sem um som perfeito (e o que é que isso interessa?), a Nico canta o Femme Fatale. E a questão é simples: quem não se arrepia a ouvir aquilo, naquele tom pausado e naquela voz, o melhor que tem a fazer é não perder muito tempo a ouvir música. Isto veio-me parar às mãos por 7 euros. PAS

8 Comments:

Blogger Captain Hawk said...

Embora os Velvet Underground tenham, de facto, sido a melhor banda de sempre... não me parece que lhes possas atribuir o prémio de "descobridores do Unplugged"... isso sim seria improvavelmente parvo...

Por outro lado, o humor sarcástico de Lou Reed nada tem de improvavel... Lembro "The Gift" de White Light / White Heat, entre outros...

Perder tempo a ouvir a música?... n percebo...


hmmm...Absolute Ego Dance? Às vezes apetece...!

2:21 da manhã  
Blogger pedro adão e silva said...

antes de mais, discordo que os velvet tenham sido a maior banda de sempre (mas podem ter sido, talvez, a mais importante para o que aconteceria depois, o que sendo diferente é igualmente relevante). Claro que não inventaram o unplugged, até porque sempre houve bandas e grupos acústicos. mas confesso que, assim de repente, não me estou a lembrar de nenhuma banda claramente eléctrica que, em 1972, andasse a dar concertos acústicos (o que está longe de querer dizer que não houvessem). claro que o humor sarcástico é uma característica do lou reed, mas nas canções. dos vários discos ao vivo que lhe conheço, bem como dos concertos que dele vi, nunca assisti a comentários entre músicas como neste caso. ah, e o título do post é roubado a uma música do john cale - daí o biggest.
pois é, onde se lê perder tempo deveria ter escrito ganhar. percebia-se melhor e fazia mais sentido.

3:45 da tarde  
Blogger Eduardo said...

Pedro, a este live dos "Velvet", acrescento dois discos (um contemporâneo, outro posterior) onde Lou Reed brilha no comentário entre (e durante) músicas: American Poet e o insuperável (a este nível) Take no Prisoners.

2:23 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Bem, eu também gostaria de deixar duas sugestões que me parecem igualmente relevantes: Chelsea Girl (67), da Nico, e a arrepiante, porque por demais luminosa, faixa 8- Somewhere There`s a Feather. O segundo, Lou Reed e John Cale (90)- Songs for Drella, qq faixa. Um álbum aconchegante que me sabe sempre bem ouvir.

8:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Love and learn
Take your turn
Somewhere there's a feather
Falling slowly from the sky
You need not know the reason why

Stand apart
Hear your heart
Someday there will be another lover to the end
You need not hold your breath 'til then

Don't ask me to explain to you
There's nothing to remain but what we see

Fall and climb
Take your time
Somehow you must live up to the precedents you've set
You need not hope for answers yet
Já agora, aqui fica a letra da música da Nico de que falei no comment anterior. A atitude mais bonita para se ter perante a vida, na voz de uma femme fatale, demais até. cá vai disto...

Don't ask me how I know it now
The future does not show itself to me

So love and learn
Take your turn
Somewhere there's a feather
Falling slowly from the sky
You need not know the reason why

Girl afraid

8:47 da tarde  
Blogger Monica Mindelis said...

Pedro, conheces Moon Beams, The Bill Evans Trio? encontrei-o hoje na Dargil. diz ao Nuno, também é adorável para o Rodrigo (http://caodeguarda.blogspot.com/2005_02_01_caodeguarda_archive.html#110840408450899164)

6:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

peço desculpa pela assinatura pelo DogFeeder, abusei do cãodeguarda, que é um blog colectivo e não meu

6:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Indiscutivelmente precioso ocorre-me um reparo : pena seja que Lou Reed não tenha sido justo no doseamento desta fase mais intimista com a selvagem veia rockeira.
Saudades da irreverência dançável...

xiu

3:58 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home