Os tempos não estão para citações, mas li há dias que o Tenessee Williams escreveu que “na memória, tudo parece acontecer com fundo musical”. Pois,
Nuno, Bali não tem ambiente musical. É verdade que por todo o lado se ouvem umas músicas, que não sei bem descrever, mas têm um ar metálico, tocadas em xilofones coloridos, em escalas que nos são estranhas. Mas a memória, a memória é o que conta e a memória que de lá trago é outra e tem um fundo musical. Aliás, tem um fundo musical que é o mesmo que tinha o ano passado e que vai ser provavelmente o mesmo quando puder, outra vez, regressar aquelas ilhas. O Jack Johnson, que toca na praia e que eu ouvi no carro e em casa durante todo o ano. O Jack Johnson que não é um músico excepcional, que não trouxe nada de novo às músicas, mas que tem dois discos em que se sucedem as canções perfeitas, a cheirar às
ondas e ao tempo perfeito da Indonésia. A minha memória da Indonésia tem esse fundo musical e o Jack Johnson fica, por isso, para mim, entre outras coisas, como um músico perfeito.
PAS