sexta-feira, julho 29, 2005

Isto hoje em dia não há nada como acordar ao som de Emily Kane (dos Art Brut, então de quem é que havia de ser, dona Ermelinda?)


NCS

quarta-feira, julho 27, 2005

A terceira via


a propósito da discussão que decorre aqui ao lado: neste, como em muitos outros aspectos, a minha via é a terceira. PAS

Pop Dell' Arte, hoje, no Fórum Lisboa, às 22 h. Preço: 12,50 Europas. Sei Miguel vai lá fazer uma perninha


NCS

terça-feira, julho 26, 2005

O que me apetece ouvir


Levanto-me da cadeira, arrasto a melómana carcaça até à estante (agora provisoriamente arrumada) e, depois de me sentir tentado pelos The National, por Neil Young e pelos My Morning Jacket, escolho Heroes to Zeros, dos Beta Band - que comprei em segunda mão na bendita Carbono. Ganda discalhaço, diz-me o meu filho, antes de resmungar que já não há pachorra para o CD Classical Music for Growing Minds. (A propósito, alguém já ouviu Night on Fire, o disco dos VHS or Beta; eu já ouvi falar, apenas). NCS

segunda-feira, julho 25, 2005

Mexia sobre os Arcade Fire


«(...) Uma canção pode começar com notável lirismo (como no genial Une Anée sans Lumiére) e depois descambar num louco despique de guitarras. Ou parecer uma intensíssima balada para piano e cordas (como em Crown of Love) e saltar sem aviso para um regabofe quase eurodisco que Jarvis Cocker não desdenharia (...)». (DN de hoje)
NCS

Atenção, miudagem: o gajo da Escrítica Pop faz hoje 50 anos

O punk chega aos 30 (prosa dedicada a todos os leitores que nos acusam de sermos demasiado eighties*)


Como é que um tipo de 30 (quase 31, note-se) anos pode estar tão desejoso de fazer uma moshalhada qualquer (pode ser com as senhoras do salão paroquial) ao som dos londrinos Art Brut? Outra pergunta: por que é que um tipo aos 30 anos não está em casa de cachimbo na mão a ouvir um jazzinho porreiro - um Brad Mehldau, por exemplo - ao lado do seu labrador chamado Miles?
Ninguém sabe. E ninguém parece estar verdadeiramente preocupado com isso (há outras coisas para pensar – o défice, a fuga de Campos e Cunha, o penteado do Beto). Mas essa é que é essa. Estou maluco com o rock que se anda a fazer por aí. (Penso que o rock não estará assim tão maluco comigo; digo eu).
Até estou a dar em punk – eu que nunca fui de grandes entusiasmos anárquico-musicais tipo Clash e Sex Pistols. Os Art Brut (nunca me cansarei de escrever o nome desta banda, mesmo que já comece a roçar a patologia melómana e o imperativo de internamento) deram-me vontade de, para citar Roland Barthes, partir isto tudo.
É isso. O rock está de volta. Para, mais uma vez (é essa a sua eterna missão), aparvalhar as mentes. Basicamente, guitarra, baixo e bateria - e tudo a abrir. Há o rock mais duro, mais stalonniano, mais “e se a gente pegasse fogo à carripana da professora de matemática do Zé Ricardo?” e há o rock arty (praticado por aqueles gajos com nome de arquiduque, mas que também podia assentar bem num cabeleireiro da zona da Bica do Sapato - os Franz Ferdinand).
E há, para além disso, os Bloc Party - autores de “Silent Alarm”, um disco único, a rasgar (passe a citação de Botho Strauss). Neste momento, ouço uma compilação da Les Inrockuptibles, chamada justamente Le Retour du Rock – que conta com as simpáticas presenças de, entre outros, os The Rakes, os The Walkmen e os The Parisians (tudo bandas acabadas de sair da maternidade).
Estas barulhentas agremiações lúdico-culturais chegam de várias terriolas do globo. Temos rapaziada inglesa, escocesa, americana, francesa, canadiana, sueca, australiana, etc. (não, os já extintos Parkinsons não entram na fotografia de grupo). Que explora, com frequente pintarola, a sua dimensão rude – muitas vezes, matizada por informação vária em História de arte. Como convém para a pose, aliás.
A Les Inrocks sistematiza desta maneira as influências maternais do movimento: rock n’ roll; punk; postpunk, new wave; e art-rock (falta o bailinho da Madeira e o neovira, mas pronto, se calhar não tiveram tempo para mais).
Nem tudo é bom, confesso. Sobretudo para quem tem o Best Of dos Kinks à frente e acabou de ouvir o álbum dos Libertines. Até há coisas chatas (como, lembrei-me agora, algumas passagens dos álbuns dos aclamados Kings of Leon). Mas acumula, como se costuma dizer, uma energia do caraças. E é, como não se costuma dizer (pelos menos em artigalhadas sobre música indie), uma rambóia permanente. Faço, por isso, uma perguntinha final: quem é que acompanha este senhor idoso no stage-diving?

*portanto, aos nossos filhos e às nossas mulheres

(texto publicado no SARL, suplemento do Jornal dos Açores, e depois remixado em A Capital)
NCS

Procura-se



Em CD ou LP. Pago acima do preço. ENP

sexta-feira, julho 22, 2005

Um dia banal na vida de um melómano lisboeta

Numa esplanada no Largo do Carmo, uma executiva trintona falava em voz alta com o namorado. Fiquei a saber que os Kasabian estão a compor o hino oficial da selecção inglesa para o Mundial de 2006 e que o João sofre de uma gastroenterite aguda.

Espreguiçado no jardim do Príncipe Real, afio os ouvidos para escutar um assistente de Direito, de porte altivo, a brandir o seu Código de Registo Civil e a discursar, entre um golo e um tremoço, sobre o novo disco dos Wilco, que será muito influenciado por música de dança e Fela Kuti.

Já no metro, sou abordado por uma turista inglesa avermelhada que, em tons lascivos, me confidencia que o John Squire já garantiu que, logo que acabar de gravar mais um dos seus discos chatos, os Stone Roses se irão voltar a reunir, enquanto mãos hábeis se esforçam por lhe roubar a carteira. Não me disse quando, porque saiu a correr atrás do larápio na estação de S. Sebastião.
REC

ainda ainda os grandes nomes

# 9 Kate Mosh


Rapazes de Berlim que passaram a juventude a assistir a muros a cair e a fugir ao Inverno em quartos sobreaquecidos ao som de Sonic Youth, Fugazi e Dinossaur Jr. Encontraram o espírito indie nas gavetas nostálgicas e andam por aí, com as suas guitarras caóticas e músicas apressadas, numa Alemanha perto de si.
REC

ainda os grandes nomes

# 8 Bulimic Orchestra


Reza a lenda que os Bulimic Orchestra foram fundados numa aldeia em Katmandu, onde Ian Johnston e Marc Barkley, cada qual em viagens solitárias à procura do seu “eu”, se conheceram e descobriram um interesse comum em música andrógina e chá nepalês. Apenas editaram um disco (“Siamese Outstandings”), que, nas palavras do cantor, pretendia ser uma banda sonora para filmes sobre a vida animal. O que explica o seu fim épico, quando declararam o fim da banda durante um concerto improvisado na aldeia dos macacos do jardim zoológico de Antuérpia.
REC

quinta-feira, julho 21, 2005

E agora só para conquistar para a causa o Francisco Gallagher da Silva



«The oddest thing about the Chameleons' comeback is that they've carried on exactly where they left off, with their devoted fanbase still intact (the Verve and the Gallaghers reputedly among its members) (...)»

(The Guardian, 3 de Agosto de 2001)
NCS

Um texto para compreender o fenómeno destes madchesterianos

Straight from the horses mouth - the inside line on The Chameleons

All notes by Mark

Once upon a time in a galaxy far, far away, I was the lead singer, bass player and co-writer in a British guitar band called 'The Chameleons'.
Although we had known each other since early childhood, we came together as a band early in1981. For me it was just something to do a few nights a week while waiting for life to happen. I expected nothing from it whatsoever, except perhaps a few laughs in good company.
It was the start of a new adventure that took me in and out of the BBC a few times; to the plush offices of London record companies and expensive, sterile recording studios with expensive, sterile record producers. To every major city in England and a few not so major. To the Highlands of Scotland. Backwards and forwards across Germany, France, Spain, Portugal, Switzerland, Holland. Across Canada and the U.S.A. Italy, Greece, Jerusalem, Monserrat and the San Remo Cafe, Drake Street, Rochdale.
Along the way I encountered Rock Gods, witches, a wizard (an' he was my friend, he was), druids, drug-dealers, UFO's, at least one genuine celestial angel, sado-masochists, poets, painters, speed demons (almost becoming one myself), very beautiful men, very beautiful women, the Devil, writers, actors, Mohammed Ali, monster hunters, Hells Angels, the reincarnated soul of an Egyptian pharaoh, and a good egg. To name just a few.
I also got to make music and records with some of the most interesting, humorous and talented people I've ever met.
It all ended in the summer of 1987 after the death of a close friend, or rather, it should have done, but didn't.
Since then, interest in the band has grown well beyond the apathy of our times. Great bands have mentioned us in the media, one celebrity even singing out the line to one of our songs recently as he collected his Brit award (Liam Gallagher of Oasis: "Is it any wonder?"). People are still keen to ask me about the group. People still seek out the records and still approach me, give me a hug or shake my hand, their eyes moistening (I eat a lot of garlic), to ask if we'll ever play again.
I didn't think so, but it goes to prove that you never know!

NCS

Vamos lá ver se o Expresso faz manchete com isto

Camaleões de corrida


Quando tiver de escolher as minhas bandas preferidas (e já me disseram que isso vai acontecer no Juízo Final; neste caso, no Juízo Musical Final), serei obrigado a mencionar os Chameleons. Um dos álbuns que mais marcaram a minha juvenil existência foi Strange Times (sobretudo a triste e asfixiante Soul in Isolation). Neste momento, ouço The Fan and the Bellows (disquito que comprei há relativamente pouco tempo). Pode dizer-se que o som não é diferente de muitas bandas do pós-punk. Mas até hoje não ouvi ninguém com um vozeirão melancólico como aquele. NCS

Quem é que se lembra do baixo de José Pedro Moura nos Pop Dell'Arte?

NCS

quarta-feira, julho 20, 2005

A minha vida é feita de altos e baixo



Se tivesse de escolher um instrumento, escolhia o baixo. Para mim, é o mais importante de toda a história da música pop. Silent Alarm – o mais que cá de casa ópus #1 dos Bloc Party - é um dos mais recentes momentos altos do baixo. Um grande disco de baixo. E Gordon Moakes, o responsável pelo feito, arrisca-se a um dia entrar para o clube dos baixistas sem os quais não devia ser permitido viver, onde constam nomes como Jah Wobble, Peter Hook, Robbie Shakespeare, Bootsy Collins, Tina Weymouth ou Chris Squire. ENP

Em defesa do comércio tradicional



Caros leitores, não gastem o dinheiro todo nas fnacs ou as energias e a paciência a sacar mp3 da internet. Comprem discos. Comprem discos em lojas onde estes são tratados com respeito. Se necessário, trabalhem mais para merecê-los. Mas comprem discos em lojas de discos. Vão à Ananana, vão à flur, vão à king Size. Arruínem-se à vontade, porque estarão a investir num património que em breve se tornará raro: uma colecção de discos.ENP

Este momento não teve qualquer patrocínio.

40 anos na estrada

2005

2045

ENP

Na festa dos QF, houve quem tentasse ajustar contas


Captain Hawk e amigo

ENP

Alguém falou em festa com demasiados DJs ?




ENP

terça-feira, julho 19, 2005

Grandes nomes III

#3 Brian Jonestown Massacre



Neo-psicadelismo americano do bom. O título do seu segundo disco - Their Satanic Majestie's Second Request (1996) - também é do melhor. E as capas não lhe ficam atrás. Enfim, só qualidades.ENP

O cleptodiscómano

No momento em que a luz veio abaixo, a sua esquizofrenia veio ao de cima. A sua esquizofrenia e a sua discomania. Com a sala praticamente às escuras, foi apanhado a tentar roubar os seus próprios discos. ENP

Armas de destruição massiva



"(...) It's the mass of the sound. And the fact that they never tried to balance the different elements - everyone just plays as loud as they like. If the drummer wants to be heard, he has to hit the drums harder, or the guitarist can bring in some more amps. Recently I've noticed in soundchecks that everyone tries to adjust the sound so it can accommodate the quitest sounds. The moment you try to do that the music dies. You need to go the other way , to accommodate the loudest sounds. Of course volume has an effect on the mind and on the ears. Playing something too loud is like an accident, but music needs to encompass the accidental and by trying to project or reduce the accidental to the minimum you just kill the music. (...)"*

*Keiji Haino (figura chave do white noise japonês), sobre os Blue Cheer, no último número da Wire. Os Blue Cheer foram aquilo que na época (transição 60s/70s) se chamou de um power trio. Muito melhor que os Cream e quase tão bom como a Jimi Hendrix Experience.
Quem quiser conhecer as origens do metal e do punk, deve passar por aqui. ENP

segunda-feira, julho 18, 2005

Não me emprestem discos


Não foi a primeira vez nem vai ser a última. Quis encontrar um álbum («April», o primeiro dos Old Jerusalem) no meio da tralha e não o encontrei. Ainda por cima o disco é emprestado. Por isso, antes que me dê uma fúria estival, deixo aqui registado em letra de imprensa: meus amigos, não me emprestem mais discos. Eu não mereço os CD's que vocês (generosos melómanos) me emprestam.
(Aproveito para agradecer ao wedding presentiano Ricardo Esteves Correia a ajuda que me deu na arrumação de quase toda a minha discalhada; num serão de Julho, entre cervejas e diletâncias várias, arrumámos a parte sonora da casa – ou seja, os 546 discos que estavam fora das caixas). Agora vou ter de escrever sobre «Twice the Humbling Sun», o segundo álbum deste senhor idoso de Jerusalém, sem ter o outro por perto – e assim poder realizar um zapping entre estas duas lacrimejantes obras. (Já viu a minha vida, dona Arlete?)
Antes de mais, convém notar que alguns dos meus grupos preferidos fazem noutras paragens aquilo que Francisco Silva faz nestas lusitanas terras: contar histórias num tom folky e baladeiro. O meu grupo preferido neste registo (e talvez mesmo em termos absolutos) são os bem conhecidos Red House Painters. É difícil ser tão suave e sublimemente trágico como o ressacado Koselek. (Recentemente, tive uma paixão pelos My Morning Jacket, do Kentucky – sobre os quais, curiosamente, nunca ouvi falar em Portugal).
Passemos a zona da rebentação. Depois de ouvir e reouvir «Twice the Humbling Sun», afirmo aquilo que nunca ninguém afirmou em toda a história da crítica de música: é um belo disco. É, sim senhor. E digo isto fazendo questão de anotar um dado importante: é um belo disco em qualquer parte do globo. Ou seja: não é «bom para português» (como se costuma comentar nas esquinas). É bom ponto. Tem qualidades. Comove.
O álbum começa com 180 Days – musiqueta que se afasta um pouco do registo base (faz lembrar, imaginem, os velhinhos Ultra Vivid Scene, uma banda da 4AD). O Joy of Seeing You, a segunda, ainda é também uma espécie de aquecimento. Monocórdica, a contrastar com os supostos sentimentos alegres revelados no título.
O disco (na sua linha dominante, digamos assim) só arranca mesmo à terceira. Chubby Mounds, no seu dedilhado de cordas e na sua melodia etérea, faz sonhar até a minha vizinha de baixo. Segue-se Earlier the Lake Today (a minha preferida – até na letra; «tuck your breasts inside the bra, a naughty look I know you saw»). O disco prossegue porreiraço com A Reasonable Way of Thinking Things e One, I Should Know You. Seasons é, sem dúvida, um ponto alto – na sua esvoaçante beleza melancólica. Por outras palavras: um gajo fica a pensar na vida.
A Feast of Our Communion (sim, mais uma canção sobre relações) traz-me à memória os Mojave 3. E a última, Finally for Me, recorda-me os Jesus and Mary Chain, na sua versão slow (numa construcção, digamos, mais abstracta e complexa – aliás essa abstracção das composições de Francisco Silva é uma das melhores características do grupo). E, para mim, isso é um óptimo sinal. Até porque os Old Jerusalem mantêm a sua serena originalidade no meio da catrefada de influências. NCS (o rapaz de t-shirt preta bla, bla, bla).
(texto anteriormente publicado no jornal A Capital)

PS – Entretanto, já encontrei «April» (que traz, por exemplo, Stroll, toda ela um programa de bom gosto). Estava, juntamente com o «Best Of» dos Kinks e a compilação da Les Inrockuptibles «Le Retour du Rock», dentro de um dos sofás da sala (queria ter levado para a festarola pelo menos estes dois últimos CD's). Mantenho, no entanto, o que escrevi: não me emprestem discos. Mesmo. Obrigado sou eu.

Ainda a festa


Sentimo-nos colectivamente envergonhados por estes senhores não terem sido ouvidos. PAS

sexta-feira, julho 15, 2005

Vamos lá ver se a festa não vai ser uma merda, pá (rerepost para lembrar a malta - agora em itálico)

Como é sabido, as promessas não são para cumprir, mas por uma vez tem de ser: hoje, a partir das 22h, haverá regabofe dançante com o sonoro devidamente seleccionado pelos DJ’s do Quase Famosos.

Será dada entrada preferencial a grupos com coreografias ensaiadas (isto para elas). Os gajos que conseguirem imitar o sô Antony (sem os Johnsons) terão direito a bar aberto de Caprisone. Em alternativa podem entrar acompanhados pelo João Lisboa.

Esperamos gente gira e diferente. Tudo na Rua do Conde, n.º 57, na danceteria D&D. Se tiverem dificuldade em encontrar o sítio, sigam a batida esfuziante de um Wim Mertens ou quiçá de uns LCD.

(A Rua do Conde fica junto ao Largo em frente ao Museu de Arte Antiga, perto dos saudosos Stones).

Os Quase Famosos

João Pedro Gomes vai estar na área



Última hora: esse rapaz ultra-ultra-talentoso chamado João Pedro Gomes (que já lançou a sua verve em trezentos mil projectos - entre eles o mítico programa de tv Pop Off), antes de ir fazer veejaying para um sítio obscuro chamado Lux, vai passar pelo magistral D&D para pôr a rodar a imagem lá do sítio. Isso mesmo: parece que afinal a festa não vai ser uma merda, pá. NCS

quinta-feira, julho 14, 2005

Aviso importante (para além da festa)



Cuidado, pessoal: Kelly Family em Agosto na Nazaré. NCS

quarta-feira, julho 13, 2005

The Great British Songbook?


O único Oasis que interessa - Andy Bell (que agora parece que toca baixo com os irmãos Gallagher, mas, em tempos, fez parte dos RIDE). PAS

Vamos lá ver se a festa não vai ser uma merda, pá

Como é sabido, as promessas não são para cumprir, mas por uma vez tem de ser: na próxima sexta-feira, dia 15, a partir das 22h, haverá regabofe dançante com o sonoro devidamente seleccionado pelos DJ’s do Quase Famosos.
Será dada entrada preferencial a grupos com coreografias ensaiadas (isto para elas). Os gajos que conseguirem imitar o sô Antony (sem os Johnsons) terão direito a bar aberto de Caprisone. Em alternativa podem entrar acompanhados pelo João Lisboa. Esperamos gente gira e diferente. Tudo na Rua do Conde, n.º 57, na danceteria D&D. Se tiverem dificuldade em encontrar o sítio, sigam a batida esfuziante de um Wim Mertens ou quiçá de uns LCD.
(A Rua do Conde fica junto ao Largo em frente ao Museu de Arte Antiga, perto dos saudosos Stones).
Os Quase Famosos

segunda-feira, julho 11, 2005

Clap Your Hands Say Yeah



O disco que mais tem rodado nas torturadas aparelhagens deste quarto andar sem elevador chama-se Clap Your Hands Say Yeah e é dos Clap Your Hands Say Yeah (sim, há bandas com nomes que não lembram ao Edson Athayde), grupo de Brooklyn. Digo desde já que as terceiras impressões sobre a obra são excelentes (as primeiras e as segundas nem por isso; digamos que não entrei logo na coisa). Grandes cançonetas. Indie rock (daquele que se tem feito por estes dias - pelos Arcade Fire, por exemplo) influenciado por - imagine-se a maluquice desta gente - Talking Heads (na voz do gajo, sobretudo). O resto faz lembrar muitos tios-avós - até os canónicos Velvet, nas malhas musicais mais baladeiras (Details of the War é um exemplo). Outras boas canções: a sexta, The Skin of My Yellow Country Teeth (para dançar de olhos fechados, sem dúvida), e a décima, In This Home On Ice (Smashing Pumpkins meets Yo La Tengo, estão a ver?). Se estiverem virados para aí, podem ir ao site bater palminhas. Há música para descarregar e tudo. NCS

sexta-feira, julho 08, 2005

Belo disquito para ouvir nas noites de Verão (com um fatinho branco e um pisang ambon em cima da mesa)

NCS

Já que estamos em tempo de aniversário, aqui fica uma foto dos elementos do blogue (com alguma malta dos comentários pelo meio)


NCS

quinta-feira, julho 07, 2005

Há uma data de moscas nesta Röyksopp



("The Understanding", o novo álbum dos noruegueses, não sabe nada bem. Ou pior: não sabe a nada). NCS

quarta-feira, julho 06, 2005

Logo no Fórum Lisboa, amanhã no Rivoli, depois de amanhã no Gil Vicente


"Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar"

"Flor da Pele", Zeca Baleiro

NCS

Hoje, às 23h30, Ana Sousa Dias entrevista Wim Mertens



Não é todos os dias que o autor da música do genérico do programa tem direito a ser entrevistado. NCS

(Ok, aproveito para realizar a suprema fantasia de termos aqui no QF uma fotografia do Wim Mertens logo a seguir a uma fotografia da Kelly Key).

segunda-feira, julho 04, 2005

Herbert e a loura


Um tipo olha para trás, para a música da última década, e rapidamente se apercebe que muitas das coisas que pareciam inicialmente entusiasmantes envelheceram mal. Na música electrónica, então, os exemplos são mais do que muitos. Há, contudo, excepções. A principal é Matthew Herbert. Enquanto o seu “Plat du Jour” não chega, o produtor-músico – e mais umas quantas outras coisas – juntou-se a Róisín Murphy para fazer um disco de canções. Assim mesmo. Canções, como o Bodily Functions e o Around the House não chegam a ser – até porque não querem ser. Depois de ter baralhado e voltado a dar, com vantagem, as músicas dos Moloko, Herbert resgatou a senhora à banda e com ela fez doze canções perfeitas. Imagine-se a criatividade incontrolável de Herbert, a habitual estrutura das músicas fundada numa soma de partículas quase infindável, depois junte-se-lhe melodias trauteáveis e uma voz com um potencial e uma versatilidade maior do que a da sua mais que tudo – Dani Siciliano – e tem-se Ruby Blue. Depois dos Arcade Fire, está aqui mais um sério candidato a disco do ano. E ainda só estamos em Junho. PAS

És tão bom



Está um calor dos Távoras. Eu já não tenho t-shirts para mudar. A minha mulher e o meu filho estão em alegre passeata pela cidade. O Expresso traz uma fotografia do Isaltino Morais. Eu estou preocupado com o tamanho do abdominal. Em cima da mesa do computador estão o Guia do Condómino e a conta do telemóvel.
É este é o translumbrante quadro dentro do qual me proponho escrever umas notinhas sobre alguma discografia que tenho consumido por estes dias - nos intervalos da escrita de guiões para o Fiel ou Infiel?, para os discursos do Manuel Pinho e para a vida privada dos solitários do meu bairro.
Comecemos por onde? Não sei. Perguntem ao M. Seabra Augusto. (Pausa para olhar de novo, agora de uma forma mais desesperada, para o Guia do Condómino). Talvez por Minimum Maximum, o CD duplo que os Kraftwerk lançaram no início de Junho - e que traz alguns dos diamantes (ou diamantinos, se quiserem) sonoros produzidos pelo grupo ao longo de décadas e generosamente exibidos em público durante o ano passado.
Uma bomba este CD. Dá vontade de sair pela rua com o disquito pelos braços, a cantar uma versão em masculino (digamos assim) da última musiqueta do Herman: És tão Boa. (Estou a ouvi-lo neste momento; entra Tour de France - e o abdominal mexe-se sozinho, como se estivesse grávido). Reproduz o espírito dos concertaços (estive no do Coliseu de Lisboa). Recomendável das unhas dos pés aos fios da cachimónia. E – ao contrário do que se possa pensar – nada gélido. Bem quentinho até. Como o Salão Erótico da Brandoa.
Ainda dentro deste mesmo tipo de sonoridade: o último de Bruce Springsteen, Devils & Dust. Antes de comprar esta embarcação, fui encostado à parede por dois amigos – de bom ouvido e de alienada paixão por Neil Young. Ameaçaram incendiar a nossa amizade se eu não ouvisse a obra rapidamente. «É que ele está mais Johnny Cash do que o próprio Johnny Cash», ainda gritaram, perante o meu cepticismo tipo Bica do Sapato.
Ouvi. E, pronto, lá tive novamente vontade de cantarolar o És tão Bom. Profundo como uma naifada ao fim da tarde. Lírico como as opiniões da dona Ana Drago. Bruce baladeiro como a gente já o ouviu. Mas mais essencial. Mais para que é que vou estar aqui com coisas? Óptimo para ouvir antes de deitar, quando nos vêm à cabeça perguntas tão decisivas como “por que é que não poupei uns trocos durante o ano para poder viajar até ao Havai (e agora sou obrigado a passar o mês de Agosto na garagem dos meus tios em Rabuja do Ribatejo)?
Avancemos (que eu tenho de ir almoçar uma bica com adoçante). Aimee Mann, em The Forgotten Arm, pode até não estar tão pouco apetitosa assim. Eu é que na semana passada ouvi de novo (por acaso; um coleguinha de trabalho estava a passá-la) a inultrapassável (até ao momento) banda sonora de Magnolia. Concordo com o meu amigo Pedro Adão: A Certain Trigger, dos Maximo Park, não é assim nada de especial. Ou seja: tem uns (poucos) temas porreiraços, mas como álbum não é de uma dona Almerinda se atirar para o chão. Prefiro – num registo mais anárquico-copofónico – os Art Brut. Sempre dão para partir a louça à vizinhança. NCS

(Texto publicado em A Capital)

sexta-feira, julho 01, 2005

Mais um disco para passar às duas da manhã na festarola Quase Famosos (que vai mesmo acontecer, garantem o Carlos Castro e o Adam Curry)



Art Brut, meus amigos. Art Brut. Punkalhada com sentido de humor. Mais diversão rude e menos pose. Mais rapazes com cervejola na mão e menos intelectuais a beber conhaque. (Não sei se me estão a seguir?). Mais Johnny Rotten e menos A Certain Ratio. Mais stage diving e menos scones com as tias. Mais tudo a partir e menos sabes que ando a frequentar um workshop? Bang Bang Rock and Roll. Toma lá que já almoçaste (eu, por acaso, ainda não; a propósito: qual é o prato do dia, dona Eulália?). NCS